QUAL A RELAÇÃO ENTRE COMÉRCIO EXTERIOR E FAKE NEWS?

A certa altura, além de brilhante explanação sobre os tipos de curiosidades, houve uma pergunta que o levou a entrar no tema FAKE NEWS. De modo bem didático o Walter Longo explicou o conceito e o método de criação da dita notícia, demonstrando que a existência de inteligência artificial (IA) e seu uso prescinde da intervenção ética e responsável do ser humano.

Ainda, neste final de semana, recebi a notícia, de 30/05/2018, que o Supremo Tribunal Federal(STF) e a Universidade de Brasília estão criando um “robô” - chamado Victor - para fazer, inicialmente, uma “triagem” dos processo, através do cruzamento da base de dados indexados do Tribunal, suas teses com efeito de repercussão geral (a dita Súmula vinculante) e os processos e, consequente agilização da distribuição dos mesmos, porém apenas para fins de auxílio, por hora, dos servidores públicos.

Eis aqui, o ponto de intersecção entre a criação do FAKE NEWS e a inteligência artificial com o mundo de Comércio Exterior, ou seja, onde se encontram a inteligência artificial e a premente utilização da mesma pelo Governo, através de Portal Único de Comércio Exterior.

No meu entender, esse fenômeno irá crescer muito nestes próximos anos, porém, temos duas atitudes que podemos tomar, quais sejam: a) negar a existência e utilidade da IA e b) entender o processo e ver seus impactos no nosso dia a dia profissional e nos adaptarmos o mais rápido possível. Quero crer que a maioria irá optar pela opção “b)”.

Pois bem, eu fiz minha opção pelo que vocês já devem ter reparado. Entendo o processo tecnológico envolvido e mantendo nossa coerência com a nossa forma de pensar o Direito e o Comércio Exterior, e como bem colocou Walter Longo, em sua palestra, a questão técnica e funcional do uso da Inteligência Artificial está em franco e rápido crescimento. Porém, a questão ética e moral envolvida não está acompanhando. Trocando em miúdos, nós já sentimos isso no cotidiano de nossas vidas, pois as operações de Comércio Exterior mudam numa velocidade estonteante, considerando a mudança normativa da mesma. E esse descompasso está longe de ser resolvido.

Assim como o mecanismo de “fiscalização” eficaz da FAKE NEWS em virtude da complexidade da interpretação de um fato é o ser humano, as operações de Comércio Exterior no Portal Único do Comércio Exterior terá o protagonismo humano, pois, sempre que o “robô” compilar as informações dos bancos de dados (módulos) há de ter uma análise humana, mesmo que superficial para validá-las, sob a pena de não cumprir o papel de facilitação das operações de Importação e Exportação. E, mais, passada essa primeira etapa, haverá a necessidade da intervenção humana para correção e validação dos dados, quer seja pelo Auditor Fiscal ou pelo interveniente da operação naquele ponto (Importador/Exportador, Transportador ou pelo Despachante Aduaneiro).

Enfim, acredito que os impactos serão positivos e que, a cada dia que passa nossas rotinas serão automatizadas e, que, nosso papel será de “humanizar” os processos com nossa intervenção e que está estando alinhada com nossa unicidade existencial, agregará valor e nos diferenciará dos “robôs” e dos outros que militam na mesma área.

Conclusão, nossa diferenciação estará na complexidade humana (habilidades) que temos e que podemos aperfeiçoar. Somos seres únicos, complexos e de difícil parametrização para sermos substituídos pelos humanóides. Nossa complexidade nos faz ser únicos e insubstituíveis. O que você tem de único em sua atuação em Comércio Exterior que os outros não podem encontrar nos demais que militam na sua área?

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